Hoje partilho uma reflexão.
"Abre as tuas mãos;
solta as tuas expectativas.
Toma a minha mão.
Permite-me despertar as memórias das antigas mulheres sábias.
As alegres, tranquilas,
fortes e invísiveis,
cujos caminhos poderás encontrar e caminhar,
cujas canções poderás escutar e cantar.
Viaja comigo em direção à mudança;
canta comigo as melodias esquecidas,
transita este caminho antigo,
vem, vem..."
Susan weed
Segundo Susan Weed existem 3 caminhos para a cura (física, emocional ou mental):
1. Científico: quando algo se estragou e temos de arranjar
2. Heróica: algo que está intoxicado e temos de limpar
3.
O caminho da mulher sábia: É um caminho invísivel, sem diplomas, sem promessas, simplesmente existe.
Não tem normas, nem respostas corretas, nem promessas de vida eterna.
A tradição da mulher sábia é uma espiral, sempre em mudança como uma mulher,
que se eleva com os mistérios do sangue e se infusiona neles;
É a sabedoria das que têm útero,
o conhecimento das que levam o sangue dentro.
A tradição da mulher sábia honra o ordinário, em vez do exótico.
Actua de forma simples e guia sem complicações.
Aceita o erro, o caos e o vazio eterno com humor e sem medo.
A tradição da muher sábia está baseada na compaixão e centra-se no coração.
É local e ecológica. E pede-nos para usarmos as ervas mais próximas, em vez daquela milagrosa que vem dum país longíquo.
A tradição da mulher sábia sabe que a saúde significa flexibilidade.
E o que chamamos problemas, dão-nos a oportunidade de reintegrar as partes de nós que abandonamos
para emergirmos curadas, completas e sagradas.
A doença entende-se como uma parte integral da vida e do crescimento.
Tal como o curandeiro, o paciente e a natureza são participantes do processo de cura."
Qual o caminho que escolhes para ti?Urge regressarmos ao simples,
resgatar o poder guardado nas memórias dos nossos ancestrais.
Urge regressarmos às nossas raizes,
despertando as vozes que não vêm da mente, mas do coração.
Urge regressarmos ao caminho da mulher sábia,
profundo, intuitivo e feminino.
Nos últimos dias tenho vivido d
ias intensos, profundos e plenos.Estou a frequentar uma formação com Lalita da Colombia.
Uma mulher sábia que partilha conhecimentos da medicina feminina popular, tradicional e ancestral.
Funde conhecimentos de diferentes tradições: Ayurveda, Maya, Amazonas, Azteka... e traz-nos esses conhecimentos puros, mantendo a essência original.
Conecta o conhecimento ancestral, tradicional e popular.
O conhecimento ancestral é que aquele que é primordial para além do tempo e espaço.
O conhecimento tradicional perde a essência do espírito, mas sabe-se as suas origens.
O conhecimento popular é de transmisssão oral e já não se sabe de onde vem.
"O que se passa com a mulher, também se passa com a Terra.
A dominação da Terra está diretamente relacionada com a dominação da mulher.
(...)
Estar em conexão com a Terra é um ato de amor e de reivindicação social da mulher"
Urge despertar a mulher como Terra-Corpo.
Urge curar a terra, curar o feminino.
Urge regressar ao que é ancestral, tradicional e popular que vive em cada uma de nós.
Sinto que há muita confusão. As pessoas procuram respostas mas, a maioria, fora.
Algo é certo, em momentos de transição para o planeta, só sobe de consciência, quem tem os pés bem assentes e vê mais além...
Contantemente bombardeados de informação e desinformação.
A poluição é constante. O ruído é insurdecedor.
Todo o tipo de promessas em forma de terapias, exercícios, livros.... palavras caras, conceitos complexos... gurus, xamãs e outros títulos de poder.
O que era ancestral ficou adormecido.
O que era tradicional passa a ser vulgarizado.
O popular já não tem valor.
O segredo está em regressar ao simples, desapegarmos da ganância e da ambição.
Mexer as mãos na terra. Honrar as raizes, os ciclos e as leis da natureza.
Descolonizar a mente, o corpo e o coração. Sermos soberanas das nossas vidas.
Orar e olhar desde o coração.
Recordar o que esquecemos.
Acordar do sono profundo.
Agradecer, agradecer e agradecer.
E voltar a caminhar o caminho da mulher sábia.