Diário
quarta-feira 25 de julho, 2018
Sair da vergonha e culpa
Ana Taboada
Sair da vergonha e da culpa na sexualidade feminina é dos passos mais difíceis, mas também mais transformadores.
Já te questionaste quanta vergonha e culpa guarda o teu corpo e reprime a tua sexualidade?

Depois de tanto trabalho e práticas, por vezes, ainda me emergem resíduos de vergonha e culpa.
A mente ainda traz memórias de que não é correto, apesar do meu coração saber que não está nada de errado.
Certas vezes, é como se sentisse uma subtil resistência que me impede de entregar completamente. A mente sai do momento presente com o propósito de boicotar a experiência. Nesse momento fecho-me, o corpo fecha-se, a yoni fecha-se, o coração fecha-se.
Felizmente, a maior parte das vezes já tenho capacidade de reconhecer e regressar ao momento presente, seja para me entregar à plenitude da experiência, ou para comunicar ao meu amado que desta vez não é possível para mim ou então pedir ajuda porque me está a ser difícil.

O primeiro passo para sair da culpa e vergonha é a consciência.
Tomar consciência que estão lá.
Olhar, reconhecer sem julgar.
Infelizmente muitas de nós ainda não reconhece essas sombras. Não quer entrar na vulnerabilidade de que precisa de ajuda. Mas quem não precisa de ajuda? Quem diz que não precisa, não será o que mais precisa?

Quando tomamos consciência há o risco de julgar, censurar... algo está errado comigo; eu não sou completa; há sujidade em mim.
A consciência tem sempre de vir acompanhada com o abraço amoroso. Aceitação sem julgamento.
Abraçar esta parte de ti mesma, mesmo que te cause dor. Abraçar a rejeição que tens a ti mesma, mesmo que não a entendas.
E sem mudar, esta é a forma de iniciar a mudança interna.


O segundo passo é sentir ao nível somático.
Qual é resposta fisiológica do teu corpo ao que se está a passar?
Se sentires vergonha o teu corpo poderá sentir uma contração ou as pernas prendem o movimento.
Se sentires culpa sentes um peso no teu coração.
Se sentes sujidade sobre a sexualidade deixas o corpo e a mente começa a vaguear.
Qual é a tua resposta somática?
Mais uma vez, não a julgues ou censures. Abraça essa parte de ti.
E vai mais fundo.
O que há mais em baixo dessa camada ou dessa ferida?

E questiona-te, qual é a minha verdade sobre isto?
Será que é a minha verdade? Ou é a verdade da minha religião? Ou do meu grupo social? Ou a dos meus pais? Ou a das minha amigas?

E continua: Qual é a minha verdade?
E vais distinguindo as diferentes camadas, as diferentes verdades que não são a tua verdade.
Mas qual é a tua verdade?
E sente profundamente.

A tua verdade mais profunda não te fugirá. Estará sempre lá à espera que a reconheças.
E a tua verdade não é uma nova religião. Mas é a tua verdade - que pode ser diferente da minha e que até pode mudar num determinado momento.
A tua verdade pode ser completamente diferente do que alguma vez aprendeste ou da verdade dos outros.
A tua verdade é totalmente original e única.
Mas tu sentes essa verdade e honras-a.

O ultimo passo é criar liberdade para a condição somática.
Sente ao nível somático essa condição.
Respira-a e permite-te criar espaço para que essa contração ou peso ou rejeição se dissolva.
Relaxa e convida a tua verdade mais profunda.
A condição começa a derreter-se e a tua verdade começa a emergir.

A vergonha, a culpa ou o medo ainda poderá lá estar, mas este processo ajuda a suavizar.
O corpo reconhece que tem sempre uma escolha.
E podes sempre escolher a tua verdade seja ela qual for nesse momento: pode ser paixão, amor, intimidade, entrega...

Escolhes ficar presa à condição ou escolhes a tua verdade?

Este é um processo muito simples que não nos permite eliminar completamente a condição ou prisão, mas permite criar espaço para escolheres segundo a integridade do teu coração.

Libertação da Vergonha, Culpa e Arrependimento é um trabalho profunda que todas as mulheres deverão abraçar.
Aprofunda este tema nos meus cursos e retiros de Sexualidade Sagrada e Alquimia Sexual.
Para um trabalho mais individualizado marca uma sessão individual.
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Fátima Passos
Querida Ana Adoro ler os teus textos e revejo me neles. Sempre fui open mind com a minha sexualidade. Adoro o meu corpo conheço o muito bem. No meu casamento nunca houve tabus ou vergonhas e hoje sozinha é a aprender a estar só comigo tem sido uma experiência maravilhosa. Trabalho a minha sexualidade e canalizo a para o meu dia a dia transformando a em energia. É bom amar mo nos sem culpas e sem vergonhas ou tabus do que se pode ou não pode fazer. Tive um sonho em que já fui uma Dakini por isso tudo me faz sentido. Fica bem. Bjokinhas mil
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